sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Gatos e grávidas: mitos e verdades




Embora a transmissão da toxoplasmose seja atribuída ao gato, ela é transmitida mais frequentemente por outros meios, e quem sofre é o bichano. Cuidados simples permitem a convivência entre gatos e gestantes sem prejuízos.

Durante a gestação, muitas proprietárias de gatos ficam com dúvidas sobre a segurança no convívio com esses animais. Algumas pessoas acreditam que os gatos transmitem doenças ao ser humano, e que o convívio desses pets com mulheres grávidas pode ser potencialmente perigoso. O maior receio é em relação à toxoplasmose.


A toxoplasmose é causada pelo protozoário parasita Toxoplasma gondii. O contágio pela toxoplasmose durante o período de gestação pode causar aborto, má formação fetal, sequelas neurológicas e problemas oculares.
Existe ainda o mito de que a toxoplasmose é a “doença do gato”, e esse pensamento equivocado é comum mesmo entre muitos médicos. No entanto, já é cientificamente comprovado que as formas de contágio mais frequentes são:

- Ingestão de carne contaminada mal cozida ou crua;
- Ingestão de alimentos contaminados por faca ou utensílios que tiveram contato com carne crua contaminada;
-Beber água contaminada pelo parasita toxoplasma;
-Ingestão de frutas ou verduras que tiveram contato com terra contaminada e não foram devidamente higienizadas.

Os gatos podem transmitir a doença, mas para isso acontecer, eles devem estar infectados. Isso ocorre ao comer roedores, passarinhos e outros animais contaminados. O parasita, então, é passado nas fezes do gato na forma de oocisto, que é microscópico e pode ser ingerido pelo ser humano em algumas situações:

- Após limpar a caixa de fezes do gato;
- Comer alguma coisa que entrou em contato com fezes de gato infectado com toxoplasma.

O gato que fica dentro de casa, sem o hábito de caçar, pode não estar infectado com a toxoplasmose. Um exame simples de sangue  no felino é suficiente para eliminar as dúvidas.
Algumas dicas para evitar a contaminação:

- Lavar as mãos após o contato com carne crua; 
- Lavar pias, tábuas de carne e outros utensílios; 
- A carne deve ser cozida para o consumo;
- Lavar bem as frutas e verduras; 
- Limpar diariamente a caixa sanitária do gato, pois assim as fezes são removidas antes que os “ovos” possam se tornar contaminantes. As mulheres grávidas devem evitar essa tarefa, ou utilizar luvas e depois lavar bem as mãos;
- Não alimentar os gatos com carne crua, vísceras ou ossos e não permitir que saiam de casa para que evitem o hábito da caça; 
- Combater vetores, como insetos, por exemplo.

O convívio com animais é muito benéfico para nós, em todas as fases da vida. De forma segura e saudável, essa relação nos proporcionará momentos de felicidade. Por isso, tomando os devidos cuidados, não há necessidade alguma de se privar do convívio com os bichanos durante a gravidez.



Caroline Serratto
Zootecnista, escritora e adestradora


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Diástase abdominal após a gravidez



Diástase abdominal é a separação do músculo reto abdominal após um grande aumento da pressão intra-abdominal, e pode acontecer na obesidade e no processo gestacional, por exemplo. Ela pode ser detectada através da palpação da parede externa do abdome.




"Durante a gravidez, o abdome é preenchido por um volume importante representado pelo bebê, pela placenta e pelos diferentes líquidos."



Mas como tratar?

Muitas pessoas se equivocam ao pensar que o tratamento deve ser feito através do fortalecimento abdominal. Na verdade os exercícios abdominais são contraindicados, pois criam uma pressão interna muito grande, o que acarretaria em um "empurrão" das vísceras, aumentando ainda mais a diástase já instalada.
Portanto, "diante desse conhecimento, fica claro que, após uma gestação, toda a musculatura abdominal não está preparada para receber em um primeiro momento tensões que levem a um aumento da pressão abdominal.
A melhor ginástica para uma ex-gestante, é a ginástica hipopressiva, a qual facilita a aspiração visceral, a aspiração de líquidos e a melhoria da tonicidade abdominal e do assoalho pélvico."




Sabe-se que, "após o parto, o abdome é esvaziado de forma abrupta. Durante esse período, toda a organização estática visceral é falha."
Logo, essa prática, também chamada de ginástica visceral, tem como objetivo a diminuição da pressão interna do abdome, levando as vísceras a ficarem livres para ocuparem seu devido espaço.
Ela pode ser feita deitada, e é instruída à paciente da seguinte forma, passo a passo: "1) Inspire bem fundo, 2) expire todo o ar e 3) inspire sem deixar o ar entrar. Seu abdome entra, mas você faz um bloqueio da passagem do ar. Mantenha por alguns segundos e relaxe."

É muito importante também, após a gravidez, "respeitar o período de 6 semanas (quarentena) para que as pressões intracavitárias sejam restabelecidas e reequilibradas. Além disso, alguns médicos indicam o uso de uma cinta abdominal, independente do tipo de parto, para diminuir o volume da cavidade abdominal, favorecer o retorno da coerência e a sustentação das vísceras.
O tratamento através do Método Busquet propõe uma leitura coerente que respeita a anatomia e a fisiologia da mulher, restaurando a função estática e propiciando automaticamente ao corpo, movimentos livres e adequados."

Procure um profissional que respeite o seu corpo e a sua fisiologia. Fica atenta àqueles que passam informações errôneas. Pesquise, se informe. Dessa forma, você irá encontrar a melhor e mais correta forma de cuidar do seu corpo!