sábado, 25 de maio de 2013

Um pouco mais sobre Pilates

O Pilates é uma atividade física como qualquer outra, e a sua prática ajuda na queima de calorias. Mas é claro que para perder peso, o Pilates sozinho não é suficiente. Quando o corpo engorda, é um sinal de que há o consumo de mais calorias do que realmente o corpo precisa. E como o corpo não joga a sobra de calorias fora, ela é armazenada, com o objetivo de ser usada assim que necessário.
Quando é feita algum tipo de atividade física como o Pilates, consome-se energia, o que acaba ajudando o corpo a se livrar das calorias que foram consumidas nas refeições. É claro que existem outras atividades físicas onde o consumo de energia é bem maior do que uma aula de Pilates, mas o importante mesmo é sempre ter uma atividade física regular e nunca tentar perder peso rapidamente através de uma atividade que consome muitas calorias. Deve-se pensar em perder peso a longo prazo. No lugar de estabelecer metas de emagrecer em semanas o correto é chegar ao peso ideal dentro de 1 ano de alimentação regrada e atividades físicas, como o Pilates ou qualquer outra.
Se você deseja perder peso rapidamente com o Pilates você não terá sucesso. Mas se deseja manter uma atividade física regular de forma saudável, tonificando suas formas e seus músculos, o Pilates é uma boa solução.



Algumas das regras básicas para você ter resultados melhores e mais rápidos em suas aulas:



1- Respiração. Cada exercício tem o seu ritmo
de respiração, que deve ser cumprido à risca. 

2- O centro. A força para qualquer exercício vem
do centro do corpo, que se encontra a poucos
centímetros atrás do umbigo.

3- Concentração. Você deve imaginar todos os movimentos
na sua mente, treinando a sua capacidade de concentração. 

4- Fluidez. Todos os movimentos devem ser executados
suavemente, fluindo sempre do primeiro para os seguintes. 

5- Controle. Execute os exercícios de forma lenta e atenta,
entendendo as interações dos músculos.

6- Precisão. A precisão é crucial – a qualidade é mais
importante que a quantidade.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Conheça mitos e verdades sobre exercícios abdominais


Receita "infalível" para perder a barriga, todo mundo tem. Para entender o que faz sentido e pode dar resultado em um programa para fortalecer o abdome a Folha perguntou a educadores físicos, treinadores, fisiologista e fisioterapeuta o que há de mito e de verdade nas orientações para esses exercícios.

Tire suas dúvidas a seguir.

Exercício localizado faz perder barriga?

Não. "O que faz perder barriga é uma boa dieta", afirma o fisioterapeuta Leonardo Machado. Atividade aeróbica também ajuda, porque aumenta o gasto calórico.
"No treino aeróbico a pessoa perde gordura no corpo todo, não apenas na barriga", diz Saturno de Souza, diretor técnico da rede Bio Ritmo. E os exercícios localizados não fazem com que a perda de gordura ocorra em uma região específica.
"O gasto calórico dos abdominais é irrisório, não serve para emagrecer", diz Turíbio Leite de Barros, da Unifesp.

É melhor fazer os exercícios todos os dias ou deixar o músculo descansar?

O aumento da massa muscular não acontece durante o exercício, mas sim no período de repouso, explica o fisiologista do exercício Turíbio Leite de Barros, professor da Unifesp.
"É preciso pelo menos 24 horas de descanso para o músculo recuperar o estoque de energia gasto durante o exercício e se refazer dos microtraumas provocados pelo esforço. É esse processo que cria volume e definição muscular", diz.
Quem não tem como objetivo uma barriga hipertrofiada pode fazer os exercícios abdominais diariamente, desde que não sejam muito intensos e que trabalhem diferentes músculos a cada dia -por exemplo, alternando exercícios para os retos do abdome e para os transversos -, sugere Saturno de Souza, diretor técnico da rede Bio Ritmo.

Aparelhos resolvem ou é melhor usar o peso do próprio corpo?

Para acionar vários grupos musculares na execução de um exercício, o melhor é usar o peso do próprio corpo, diz Luciano D'Elia, especializado em treino funcional.
No aparelho, os músculos são trabalhados de forma isolada, algo que não acontece quando a pessoa se movimenta normalmente para realizar atividades cotidianas.
Estudos realizados no departamento de cinesiologia da faculdade de Los Angeles com aparelhos que medem com eletrodos a atividade muscular mostraram que, sem aparelhos, o trabalho dos músculos é um pouco maior, conta Eduardo Neto, diretor técnico das academias Bodytech.
Mas os aparelhos podem ser vantajosos para o iniciante, porque evita que a pessoa force outras partes do corpo, como o pescoço, durante a execução do exercício, diz o educador físico Saturno de Souza.

Quais são as principais características dos novos abdominais?

Para começar, os exercícios abdominais do momento não são feitos com a pessoa deitada no chão ou sentada, como nos treinos de abdome convencionais. Alguns desses movimentos nem mesmo parecem abdominais.
"Fazemos, por exemplo, exercícios de agachamento, parece que são para a perna. Mas o aluno tem que fazer o movimento contraindo o abdome, para manter a postura, e assim ele também exercita os músculos dos glúteos e da região lombar", conta o professor Luciano D'Elia, que é especializado em treino funcional.
Os "novos" abdominais incluem exercícios isométricos - caracterizados pela contração muscular sustentada por algum tempo, sem que aconteça o movimento das articulações.
Esses exercícios substituem aquelas numerosas repetições das flexões tradicionalmente usadas para o fortalecimento da barriga. Já há um consenso na área acadêmica que esse tipo de abdominal não é tão eficiente e acaba aumentando o risco de lesão na coluna, especialmente na lombar.
Agora, "a pessoa é deixada por alguns segundos em uma posição que exija a contração do abdome e dos glúteos, como acontece em algumas posturas invertidas da ioga", exemplifica a educadora física Juliana Romantini, professora da academia Cia. Athletica.
Gerar instabilidade, fazendo a pessoa subir em uma bola ou ficar de pé em uma prancha, é outra estratégia utilizada nas novas aulas de abdominais para trabalhar a musculatura mais profunda da região.

Quanto maior o número de repetições, melhor é o resultado do treino para fortalecer o abdome?

Não é verdade. Os abdominais são músculos naturalmente solicitados o tempo todo: você os usa para manter a postura ereta, caminhar e levantar objetos. "Não é preciso muitas repetições em aula para tonificar a barriga", diz Juliana Romantini, professora da Cia. Athletica.
E para quem quer resultados mais visíveis, como uma barriga tanquinho? "Muita repetição não é o mais indicado para ganhar definição muscular. Esse resultado pode ser obtido com uma combinação de treino, alimentação e repouso", afirma o educador físico Luciano D'Elia, especialista em treino funcional.

Dá para ganhar uma barriga 'chapada' em um mês de treino?

Até dá, mas vai perder rápido também. O corpo funciona em ciclos: ao atingir o condicionamento máximo passa a perder o que ganhou. "Muitos tentam reverter isso se enchendo de suplementos e anabolizantes", diz Saturno de Souza. Resultados visíveis e duradouros só surgem depois de 10 a 12 semanas de treinos.

Os resultados dos abdominais são iguais para homens e mulheres?

O metabolismo masculino favorece o ganho de massa muscular, que é bem maior e mais rápido neles, afirma o fisiologista do esporte Turíbio Leite de Barros, da Unifesp. Mas, em compensação, os homens têm mais facilidade de acumular gordura apenas na região da barriga (enquanto nas mulheres o acúmulo maior costuma acontecer na região do quadril).
Os exercícios abdominais podem ser os mesmos para homens e mulheres. "O que vai mudar é a intensidade do treino e a carga, que são maiores para os homens", afirma o educador físico Luciano D'Elia

Abdominais devem ser os últimos exercícios da sessão de musculação?

É controverso. "É mais seguro deixar os abdominais para o final. Se esses músculos já estiverem cansados, o aluno não conseguirá segurar a postura nos outros exercícios, o que elevará o risco de lesão", defende o professor Saturno de Souza.
O treino funcional prega o oposto, mostra o professor Luciano D'Elia: "O centro do corpo é a parte mais importante do treino, precisa ser exercitada no momento de maior pique, logo após o aquecimento".

Fazer apenas exercícios aeróbicos é suficiente para acabar com a barriga?

Aeróbicos são a melhor forma para acabar com o excesso de gordura abdominal, afirma Turíbio Leite de Barros. Mas esses treinos não dão resultados sem uma reeducação alimentar, lembra o fisioterapeuta Leonardo Machado.
Para a professora de educação física Juliana Romantini, da academia Cia. Athletica, não adianta só perder gordura. "Se a pessoa tem hábitos posturais que fazem a barriga saltar, precisa de exercícios para corrigir isso."

É bom manter a barriga sempre contraída?

Nenhum grupo muscular foi feito para trabalhar o dia todo, responde o fisioterapeuta Leonardo Machado. "Só os músculos do coração e do diafragma fazem isso, mas de forma alternada", diz ele.
Manter o abdome sempre contraído inverte a curvatura lombar, aumentando a pressão nos discos intervertebrais. A contração também faz pressão sobre os órgãos e dificulta o trânsito intestinal, o que pode causar de gases a hérnias, segundo Machado.


sábado, 11 de maio de 2013

Gestantes também devem se exercitar!


Na gravidez, os músculos abdominais se distendem para acomodar o crescimento do bebê e, por causa disso, podem ficar enfraquecidos. Os músculos do assoalho pélvico também sofrem grande pressão e tendem a se alongar e a se movimentar mais para baixo da bacia. Como consequência disso, fica muitas vezes difícil contrair esses músculos e segurar essa contração por algum tempo. Se os músculos pélvicos ficam fracos demais, algumas mulheres têm problemas com escapes de urina ao tossir, espirrar e dar risada. 
O Pilates é ótimo para gestantes exatamente por concentrar a ação de seus exercícios nessas musculaturas que tendem a enfraquecer durante a gestação.
O Pilates também auxiliará a gestante no período pós-parto, facilitando o retorno mais rápido do abdômen, e diminuindo a flacidez característica deste período.



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Como tratar uma hérnia de disco?




"Antes de poder responder a esta pergunta, cabe a questão:

Qual é o elemento causador da hérnia de disco?

Cerca de 90% de todas as hérnias são resultantes de um aumento da pressão sobre o disco em decorrência, sobretudo, das tensões musculares ao redor de cada nível vertebral. Ao contrário de tudo o que é falado, o peso não é elemento gerador de hérnia de disco!!! Se o fosse, o que poderíamos dizer como conselho a alguém que apresenta hérnia de disco cervical (emagrecer o cérebro???)????
As disfunções viscerais que são abordadas e tratadas pelo método Busquet colocam em evidência a causalidade de todas as disfunções vertebrais/discais."


Fonte: Método Busquet

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Cesária ou Normal?

Já é enorme a banalização do parto do tipo cesária no Brasil. Grande parte das futuras mamães desconhecem as vantagens do parto normal e muito menos os perigos que podem ocorrer em uma cirurgia, como é o caso da cesariana. A maioria não quer sentir dor. Mas também tem muitas mulheres que desejam ter seus filhos de forma natural, mas que não conseguem, seja por acatar os convencimentos de seus médicos, ou por não ser mesmo possível, por falta de dilatação ou outras complicações, casos esses onde a cesárea é sim, bem vinda.
Recentemente um filme/documentário foi produzido para falar sobre isso. O nome é O Renascimento do Parto, que tem os depoimentos do ator Márcio Garcia e de sua esposa, e trata dessas questões com muita clareza, mostrando bem qual é a verdadeira intenção para a realização de tantas cirurgias do tipo cesariana.

Vocês podem ver o trailer do filme aqui:



Acessem e vejam a realidade obstétrica no nosso país. É uma verdadeira vergonha.
Recentemente saiu uma entrevista com uma das idealizadoras do filme, Érica de Paula, na Revista TPM. Para ler na íntegra, é só clicar neste link: http://revistatpm.uol.com.br/entrevistas/o-renascimento-do-parto.html

Eu, como Fisioterapeuta e responsável pela saúde humana, sou absolutamente contra a cesariana, a não ser em casos de urgência e extremamente necessários.
A cesária é uma cirurgia completamente invasiva, e como tal deve ser evitada. E, para as futuras mamães que têm medo da dor, existe a anestesia peridural, muito utilizada em partos normais. O parto natural é, como diz o nome, NATURAL, normal, saudável para a mãe e, principalmente, para o bebê. Ele é essencial para a primeira formação de anticorpos do neném ao passar pela vagina, pela pressão causada em todo o seu segmento neural no momento da expulsão, massageia os músculos da face que irão auxiliar nas primeiras mamadas, entre muitas outras coisas mais. Além disso, o parto normal acontece quando o BEBÊ está preparado para vir ao mundo, e não quando o médico quer que ele venha. O neném só pede para nascer quando está totalmente formado e pronto, quando seus pulmões estão aptos para respirar no novo mundo que o espera. Um neném que é retirado antes da hora, não está pronto e pode ter problemas respiratórios ao nascer.
Outra coisa ruim da cesárea são as manobras agressivas feitas pelo médico para tirar o feto da barriga da mãe. Muitos desses "puxões" e pegadas de qualquer jeito, na maioria das vezes levam a tensões no corpo do neném, as quais podem levar a torcicolos congênitos, choros e noites mal dormidas, regurgitações, ou futuras deformidades em seus corpos, como hipercifoses ou escolioses.

Vocês podem ver abaixo uma figura onde os números explicam um pouco sobre isso:



Portanto, futura mamãe, pense bem antes de decidir sobre a vida do seu filho. Se quer tê-lo de forma natural ou não. Pesquise, se informe, e não caia em conversas de alguns médicos que só querem fazer cesárias para lucrar! Fiquem atentas!

Prevenção de Quedas no Idoso


Causas para uma queda

Existem vários fatores de risco que predispõem uma pessoa a sofrer uma queda. Alguns desses fatores podem ser internos, ou seja relacionados com a idade e a presença de algumas doenças e, consequente, medicação.
Tendo em conta, as alterações fisiológicas que ocorrem a nível ósseo, muscular, articular, cardiorrespiratório e neurológico com o aumento da idade (referidas nos nossos últimos posts), recordamos que a pessoa idosa apresenta tendência para uma postura mais cifótica (corcunda), perda de massa e força muscular principalmente ao nível das pernas, cansaço fácil e diminuição do equilíbrio e coordenação, muitas das vezes associado a défices visuais e auditivos.
Todos estes fatores internos, originam uma alteração na marcha, que se torna mais lenta, com passos mais pequenos e juntos ao chão, fazendo com que a pessoa facilmente possa tropeçar e cair. De igual modo, os seus reflexos para evitar uma queda também são mais lentos e menos eficientes.
Por outro lado, também existem fatores de risco externos que estão relacionados com questões sociais e ambientais como buracos na rua, piso escorregadio, aspetos habitacionais (tapetes, móveis, escadas, animais domésticos,…) e pessoais (vestuário, calçado,…).  






Consequências de uma queda 

As principais consequências de uma queda nas pessoas idosas são escoriações, fraturas com consequente hospitalização, e morte.
Na maioria dos casos, a ocorrência de uma queda, pelos danos físicos que causa (principalmente a imobilidade temporária), leva a que atividades que antes a pessoa realizava sem ajuda e sem dificuldades, como vestir-se, higiene pessoal, ir às compras, entre outras, podem ficar comprometidas temporária ou permanentemente.
Estas situações, infelizmente, são muito comuns em situações de queda que causam fratura de algum osso das pernas, levando a imobilização com consequente perda da marcha.
Por outro lado, o impacto da queda, normalmente, não se reflete só na pessoa que a sofreu mas também nos seus familiares, que precisam ajudar no tratamento e recuperação do idoso.
Para além de danos físicos, uma queda pode causar sentimentos de medo, fragilidade e insegurança. Portanto, todos esses sentimentos podem trazer importantes modificações emocionais, psicológicas e sociais, fazendo com que muitos idosos deixem de realizar atividades que costumavam fazer e percam autonomia gradualmente.


Dicas para prevenção de quedas

As quedas não acontecem apenas devido a um único fator, mas sim à combinação de vários fatores de risco. Se conseguirmos eliminar alguns fatores a probabilidade de sofrer uma queda também diminui.

Aqui ficam algumas dicas de prevenção:

- manter-se o mais ativo possível, realizando atividade física para ganhos de força, flexibilidade e equilíbrio;
- consultar um oftalmologista uma vez por ano devido às alterações visuais;
- utilizar sempre tapete antiderrapante na banheira ou box;
-na dificuldade de se baixar durante o banho utilizar um banco resistente e com bases antiderrapantes;
- evitar camas e cadeiras muito baixas, pois dificultam o sentar/levantar;
- nunca andar no escuro, se necessário utilizar luzes de presença durante a noite;
- manter espaço aberto entre móveis para perfeita circulação;
- não utilizar tapetes pequenos na casa e não ter objetos espalhados pelo chão;
- manter os fios dos aparelhos próximos das tomadas;
- escadas bem iluminadas, de preferência com corrimões dos 2 lados, e fita antiderrapante nos degraus;
- na cozinha, colocar os utensílios que usa mais vezes em uma altura de melhor alcance;
- sentar-se para vestir calças, meias e sapatos;
- não usar roupas compridas que arrastem no chão;
- preferir chinelos todos fechados e sapatos com sola antiderrapante;
- não carregar objetos grandes que dificultem a visão do caminho a fazer;
- se tiver animais de estimação, procure deixá-lo no quintal ou preso quando estiver a fazer as suas tarefas (cozinhar, estender roupa,…).


Fonte: Physioclem

sábado, 4 de maio de 2013

Cólicas Intestinais

"Dores de forte intensidade que acontecem na região abdominal podem estar acompanhadas principalmente por diarreias e espasmos intensos. Essas tensões podem provocar mudanças posturais por conta de uma memória antálgica.
O Método Busquet, associado a outros profissionais, irá buscar entender as causas que levaram a este problema e desenvolver através de uma abordagem multidisciplinar, o melhor tratamento para que você tenha uma vida saudável."


Começo

Inicio o blog com esta crônica da escritora Martha Medeiros, que, por um acaso, encontrei em um outro blog de assuntos relacionados à Fisioterapia.


"Reconciliando-se com o próprio corpo

Pratico exercícios desde sempre. Já dancei jazz, nadei, joguei vôlei, fiz aeróbica, musculação, mas nada disso me tornou uma amante da vida esportiva. O que me levava a essa movimentação intensa era a consciência de que manter uma atividade física enrijece o corpo e oxigena a mente, então eu ia em frente sem pensar em prazer. Era uma necessidade, e pronto.

Aos poucos, fui largando tudo e mantive apenas as caminhadas, essas, sim, não apenas saudáveis, como prazerosas. Poderia passar o dia caminhando, não tivesse que reservar um tempo para exercícios cerebrais, como trabalhar e fazer palavras cruzadas.

Parecia tudo bem, até que uma médica me disse: caminhar é bom, mas não basta. Está na hora de você suar o top. E me recomendou pilates.

Modismo, chatice, tédio. Todas essas ideias me passaram pela cabeça, mas sou obediente, acato ordens, e me matriculei num pequeno estúdio a poucos passos da minha casa, conduzido por um casal de instrutores. Fui cair na mão dos melhores, posso apostar. Em três sessões, já percebia mudanças no meu corpo, na minha postura.

Quanto ao tédio, bom, não há tédio na dor. Às vezes, me sinto como se estivesse treinando para me apresentar no Cirque du Soleil. Recebo ordens inimagináveis: grude o umbigo nas costas, encolha as costelas, encoste o queixo no peito. Já houve caso de instruírem um rapaz a contrair o útero! Dá vontade de rir, mas não convém, temos que nos concentrar na respiração. Juro, com tudo isso, ainda pedem que a gente respire.

Então, de volta aos exercícios sem prazer?

Pois aí está a novidade: o prazer é de outra ordem. O pilates faz a gente mudar a maneira de pensar o corpo, o que deve ser a razão do seu sucesso mundo afora. Ao decidir praticar um exercício, muitas vezes ficamos condicionados aos benefícios externos de se estar em forma: a saúde é uma boa desculpa, mas a vaidade é que nos faz pagar a mensalidade da academia. Pois o pilates supera essa visão miúda, adicionando à prática uma reflexão que vai muito além do desejo de ser admirado.

Quando somos adolescentes, sentimos nosso corpo como parte indissolúvel do nosso ser. Porém, com o passar do tempo, acaba acontecendo uma dissociação – à revelia, nosso corpo começa a nos abandonar, a nos deixar na mão. A pele vai se soltando, os órgãos internos armam rebeliões, as articulações gritam, rangem – não me peça para explicar, mas nosso corpo ganha vida própria, se emancipa e não nos escuta mais.

O pilates é, antes de tudo, uma reconciliação com esse corpo que se tornou rebelde e fugidio. Ele sempre esteve a nosso serviço, mas pouco estivemos a serviço dele. Pois o pilates, feito um cupido, faz com que nós e nosso corpo passemos a nos conhecer mais profundamente e a descobrir o que nem sabíamos um do outro, mesmo com tantos anos de convívio.

Basicamente, pilates é o resgate do amor entre você e o que você traz dentro. Mesmo que seja um útero que você nem tem."

Martha Medeiros para Revista O Globo, 21/04/2013.